PEQUENO DICIONÁRIO DE TERMOS


Para conhecer a história, os lugares e a linguagem do Serro

Adobe - Pequeno bloco semelhante ao tijolo, preparado com argila crua, secado ao sol; tijolo cru.

Alambique - Aparelho de destilação largamente utilizado na produção da cachaça.

Alforria - Liberdade conquistada pelos escravos.

Altar-mor - O altar principal de uma igreja.

Angu - Massa consistente de farinha de milho, com água e sal, cozida ao fogo.

Araçuaí - Rio afluente do Jequitinhonha, com nascente nas encostas da Serra do Itambé. Cidade central do Vale do Jequitinhonha. Nome de origem indígena que significa "rio das araras grandes".

Arraiolo - Cidade de Portugal. Tipo de tapete de origem portuguesa, atualmente muito fabricado no Vale do Jequitinhonha.

Arroba - Antiga medida de peso, equivalente a 15 quilos.

Bandeira - Expedição armada, com a finalidade de colonizar o interior do Brasil, descobrir e explorar minas de ouro e pedras preciosas, a serviço da coroa portuguesa.

Bandeirante - Desbravador do território brasileiro, que buscava principalmente ouro e pedras preciosas; indivíduo pertencente a uma Bandeira.

Banto - Povo africano que foi escravizado e trazido em maior quantidade ao Brasil, caracterizado por culturas e línguas muito parecidas, formado por diversos subgrupos e tribos, entre os quais os angolanos, congoleses e moçambicanos; a palavra "banto" significa  "seres humanos".

Bateia - Gamela de madeira ou metal, que se usa no garimpo, para a lavagem das areias auríferas ou do cascalho diamantífero.


Benguela - Nome de uma nação angolense, que tinha o hábito de arrancar os dentes da frente, daí se originando o nome "banguela".

Bocaina - Depressão numa serra; vale entre duas elevações. Serra do Serro, que é um dos divisores entre as bacias do Jequitinhonha e Doce.

Bota-vira - Bairro do Serro; o nome tem origem na atividade do garimpo, em que repetidamente se "botava" o cascalho na bateia e depois se "virava" para apurar o ouro e as pedras preciosas.

Botocudos – Gês; Tapuias; denominação dada pelos portugueses a vários grupos indígenas de língua Gê, habitantes do nordeste de Minas; a denominação "botocudo" se origina do enfeite usado por eles nos lábios e orelhas : uma espécie de "botoque" (rodela de madeira usada como rolha, para tampar os barris de aguardente).

Brasil - A cor do pau-brasil (Caesalpinia echinata); vermelho, cor de brasa.

Brasileiro - Comerciante de pau-brasil. Natural do Brasil.

Cabaça - Fruto da cabaceira; o fruto seco e despojado do miolo é aproveitado para a confecção de vasos, canecas, instrumentos musicais e outros artesanatos.

Caboclo - Mameluco; cariboca (carioca); filho mestiço de branco e índia, ou vice-versa; grupo de congado, que representa o povo indígena, na Festa do Rosário do Serro.

Cabra - Nome utilizado para designar os mestiços, filhos de mulato e negra, ou vice-versa.

Cachaça - Bebida alcoólica destilada, feita de cana-de-açúcar; aguardente; pinga.

Caeté - Mata fechada. Nome dado à extensa região de mata virgem, no centro e leste de Minas, e que os bandeirantes traduziram por "Mato Dentro", dando origem aos nomes de cidades como Conceição do Mato Dentro, Catas Altas do Mato Dentro, Itabira do Mato Dentro, Itambé do Mato Dentro e Santa Bárbara do Mato Dentro.

Caiana - Espécie de cana, largamente utilizada na produção de cachaça, importada de Caiena, durante o período que o Brasil ocupou a Guiana Francesa, em represália à invasão de Portugal pelos exércitos de Napoleão (1808).

Caipira - Palavra oriunda do Tupi; tímido; acanhado.

Caipirinha - Bebida feita com pedaços de limão amassados, açúcar e gelo, misturados ou batidos, com aguardente de cana-de-açúcar.

Campa - Pedra ou tábua que cobre a sepultura. Frequentemente fazia parte do assoalho das igrejas, onde se sepultavam os "irmãos" ou devotos.

Canga - Abreviatura da palavra indígena itapanhoacanga; minério de ferro; brecha de hematita cimentada por limonita. Peça de madeira que prende os bois pelo pescoço e os liga ao carro ou ao arado.

Cantaria - Obra de pedra aparelhada.

Capela - Pequena igreja, geralmente com um só altar.

Capim-gordura - Gramínea (Mellinis minutiflora) muito difundida como excelente pastagem, embora atualmente com uso reduzido no Serro; a planta tem folhas pilosas e estreitas, é viscosa e exala odor agradável.

Capitania - Divisão administrativa do Brasil, do séc. XVI até 1816, que tinha por chefe um Governador Capitão-General.

Carijó - Índio nativo; silvícola; selvagem; gentio.

Casa de Fundição/Casa de Intendência - Prédio onde funcionava o órgão do Poder Executivo na sede das Comarcas, encarregado da cobrança dos impostos.

Cascalho - Fragmentos de rocha arredondados e soltos.

Cavalhada - Folguedo popular baseado na antiga desavença entre mouros e cristãos, em geral com torneio que elege os melhores e mais hábeis cavaleiros. No Serro, o Largo da Cavalhada funcionou em dois locais: primeiro, em frente à igreja Matriz; depois, na atual praça João Pinheiro.

Chafariz - Antiga fonte de abastecimento de água das vilas, arraiais e cidades, geralmente construída de pedra.

Congado - Bailado e cortejo de origem africana, em que os figurantes representam, entre cantos e danças, a coroação de um rei do Congo.

Congonhas - Nome de origem tupi-guarani, dado a arbustos cujas folhas servem para chá. A planta era chamada de "congõi" pelos indígenas, que significa "o que sustenta", "o que alimenta". Nome de duas cidades mineiras, Congonhas do Campo e Congonhas do Norte (a segunda pertencente ao município do Serro até 1851).

Cocho - Tronco de árvore esquadrado e escavado, feito de uma só peça de madeira, destinado à alimentação de animais.

Corrubiana - Fenômeno meteorológico, muito presente na região do Serro, caracterizado por um nevoeiro denso, que invade a parte alta das serras, com baixa de temperatura e ventos.

Crioulo - Denominação utilizada no Brasil colônia, para designar o negro nascido no Brasil.

Cruzeiro - Grande cruz.

Cuíca - Instrumento feito com um pequeno barril ao qual se prende uma pele bem esticada em uma das bocas, em cujo centro está presa uma pequena vareta que, ao ser atritada com a mão, faz vibrar o tambor, produzindo um ronco.

Dragão - Soldado da cavalaria portuguesa, durante o Brasil colônia.

Data - Extensão de terra que a Coroa concedia a particulares, através do Guarda-Mor, para a exploração de jazidas de ouro ou de pedras preciosas, no Brasil colônia.

Derrama - Cobrança do imposto em atraso.

Despacho - Oferenda feita aos espíritos. Decisão da autoridade, no meio de um processo.

Delis (ou Guilis) - Região rural próxima ao Serro, cuja origem se diz ligada a um antigo morador francês (parente de Santos Dumont), que elogiava o lugar chamando-o de "delice" (delicioso, agradável).

Devassa - Sindicância para apurar um ato criminoso.

Emboabas - Derivada da palavra indígena "mbuab": aves com os pés cheios de plumagem. Apelido que os paulistas, em sua luta pela propriedade das minas de ouro, davam aos forasteiros portugueses que usavam comumente botas de cano alto e perneiras de pelo macio.

Entradas - Expedições armadas, com a finalidade de conhecer as terras, cativar ou escravizar os gentios (indígenas) e descobrir minas de ouro e pedras preciosas.

Epífitas - Tipo de planta que cresce sobre outras em busca de luz, obtendo água e nutrientes por conta própria, sem prejudicar as hospedeiras. É largamente encontrada nas áreas mais altas da serra do Espinhaço (ex.: bromélias, orquídeas).

Escambo - Troca; permuta. Troca de escravos, na África, por produtos brasileiros, principalmente fumo, aguardente e tecidos.


Finta - No Brasil Colônia, correspondia ao imposto extraordinário sobre o ouro, determinado pela coroa portuguesa. Com o tempo, passou a significar calote, logro.

Forro de esteira - Forro de telhado comum na região do Serro; as esteiras, de taquara trançada, apresentam variações na sua trama, em geral com figuras geométricas (quadrados, retângulos e losangos).

Fubá - Farinha de milho.

Gambá - Bairro da parte oeste do Serro, onde diziam residir negros africanos da "Gâmbia", daí se originando a denominação.

Gamela - Vasilha de madeira ou de barro, usada para a lavagem de outras vasilhas, para preparar alimentos ou para dar comida aos animais.

Governador-Geral - Título do governante máximo do Brasil e representante imediato da Coroa Portuguesa. O título foi substituído definitivamente pelo de Vice-Rei, após 1720.

Grupiara - Do tupi "kurupiára"; mina; cata; veio; depósito sedimentoso diamantífero nas cristas dos morros; designação dada, nas regiões auríferas, ao cascalho em camadas nas fraldas das montanhas, de onde se extrai ouro.

Guanhães - Palavra indígena: mata densa; nome de tribo indígena do Rio Doce (Guanaãs), que habitou próximo à cidade e ao rio de mesmo nome.

Guarda-mor - Autoridade colonial, encarregada de distribuir os terrenos (datas) para a exploração dos metais e pedras preciosas.

Ibirapitanga - Nome dado pelos índios tupi-guarani ao pau-brasil.

Inconfidência - Falta de fidelidade para com uma idéia ou pessoa. Movimento de emancipação do Brasil, acontecido em Minas Gerais, no século XVIII.

Inconfidente - Cada um dos cidadãos que tomaram parte da Inconfidência Mineira.

Ipê - Árvore formosa, considerada símbolo nacional do Brasil. Ela é encontrada no clima tropical e subtropical, chegando a medir até 8 metros, e, quando floresce, perde as folhas. As flores dos quatro tipos de ipê são branca, amarela, roxa ou rosa.

Intendente - Chefe da Intendência, órgão da real fazenda no Brasil colônia. Chefe do Poder Executivo Municipal em várias cidades do Brasil, do período Monárquico até a República Velha, hoje correspondendo ao cargo de prefeito.

Irmandade - Associação de caráter religioso.

Itacolomi - Nome de picos localizados em Ouro Preto e em Conceição do Mato Dentro. Na língua Tupi-Guarani, "ita" significa pedra e "curumi" filha. A tradução da palavra é "a pedra mãe e a filha pequena".

Itambé - Denominação dada ao pico localizado entre as cidades do Serro e de Santo Antônio do Itambé. Na língua tupi-guarani significa pedra ponteaguda.

Itapanhoacanga - Elevação localizada no distrito de mesmo nome, no município de Alvorada de Minas. Significa "pedra de cabeça negra", no idioma tupi-guarani.

Ivituruí - Denominação dada originalmente à região do Serro. Na língua tupi-guarani, significa "morro dos ventos frios" ou "serro frio"; ibiti = serra, rui = frio.

Jabuticaba - Fruto redondo, de casca preta, delicioso e suculento, nativo do Brasil, comum na região da Mata Atlântica; é típico de Minas Gerais e aparece de setembro a novembro; Myrciaria trunciflora.

Jacarandá - Árvore de destaque na região das cidades históricas de Minas, com suas flores roxas; floresce entre outubro e janeiro e chega a medir até 10 metros de altura.

Jequitibá - Árvore de tronco muito grosso e alto, de cor róseo-acastanhada ou bege-rosada, da família das lecitidáceas, com flores pequeninas, alvas e paniculadas; os frutos são cápsulas com sementes aladas, que se abrem por fenda circular. 

Jequitinhonha - Rio da região nordeste de Minas Gerais, com nascente no Serro, na Pedra Redonda, e foz no Oceano Atlântico, na cidade de Belmonte/BA. Há duas versões para a origem da palavra: 1- Denominação aportuguesada, de origem indígena: "no jequi tem onha"; jequi = balaio de pegar peixe; onha = peixe. 2- Palavra de origem indígena que significa "rio largo e cheio de peixe".

Krenak - Última comunidade descendente dos índios botocudos, hoje instalada às margens do Rio Doce.

Lava-pés - Cerimônia religiosa da Semana Santa. Denominação de local na periferia do Serro, originada do antigo hábito de se lavar os pés e calçar os sapatos, na chegada à cidade.

Leiteiro - Pessoa que vende leite. Bairro do Serro; a origem do nome se deve a Manoel José Leiteiro, que residiu no lugar.

Macacoa - Doença sem gravidade; males crônicos, de longa duração, que acometem principalmente os de mais idade.

Massangano (Masangano) - Denominação dada ao Rio Jequitinhonha, em algumas áreas do distrito de Milho Verde (Serro). Localidade ao norte de Angola, na África.


Mazombo - Antiga denominação dada a brasileiros filhos de estrangeiros.

Molho-pardo - Molho preparado com o sangue da própria ave, ao qual se adiciona vinagre.

Mombaça - Localidade rural do Serro. Nome de antiga localidade, hoje segunda maior cidade do Quênia, na África.

Mineiro - Natural de Minas Gerais. Aquele que trabalha em mine8ração.

Morro do Vigário - Morro localizado na cidade do Serro, cuja origem se deve ao primeiro Vigário Colado da Vila do Príncipe, Padre Simão Pacheco, que ali residiu, de 1724 até sua morte, em 08/jan/1776, dando nome ao Morro e à Fonte do Vigário.

Mulato - Mestiço, filho de branco e negra, ou vice-versa.

Museu - Instituição destinada a abrigar coleções e obras raras, de valor histórico, cultural, artístico ou científico. O termo vem do grego "Museion", que significa "templo das musas".

Óculo - Janela circular ou elíptica.

Orapronóbis - Expressão latina utilizada em missas e ladaínhas, que significa "orai por nós". Arbusto da família das trepadeiras, cujas folhas são possuidoras de alto valor nutritivo, sendo utilizadas como alimento na "comida mineira".

Oratório - Nicho ou armário com imagem religiosa.

Ouvidor - Chefe da Ouvidoria Geral; autoridade judiciária máxima das Comarcas, no Brasil colônia, nomeada e paga pelo Rei; instância de recurso, contra a decisão dos Juízes.

Pão de queijo - Pão típico de Minas, feito de queijo.

Pardo - Mestiço; mulato, cafuso ou mameluco.

Pastorinhas - Teatro e dança popular em que se celebram as festas de Natal.

Pé-de-moleque - Doce típico, em forma de bolacha, feito tradicionalmente de rapadura e amendoim. Nome dado ao calçamento empregado em vias públicas e pátios internos, composto por pedras redondas de rio, assentadas sobre barro e socadas; "seixo rolado"; "calçada portuguesa".

Pedra sabão - Tipo de pedra muito usada para escultura, artesanato e construção civil; variedade de esteatita, encontrada na região do Serro e de Ouro Preto.

Pelourinho - Coluna de pedra ou madeira situada em praça pública e junto à qual se publicavam editais e se expunham e castigavam escravos e criminosos.

Pitanga - Fruto da pitangueira, árvore tipicamente brasileira, originária da Mata Atlântica; palavra de origem indígena que significa "vermelho rubro".

Província - Divisão administrativa do Brasil (correspondendo hoje aos estados), vigente de 1816 à Proclamação da República, que tinha por chefe um presidente.

Púlpito - Tribuna elevada, destinada nas igrejas antigas às pregações e sermões dos sacerdotes.

Quartel dos Dragões - Residência dos soldados da cavalaria portuguesa, defensores do poder dominante no Brasil colônia.

Quentão - Bebida comum nas festas juninas, feita com aguardente de cana e gengibre, servida quente.

Quinto - Imposto de vinte por cento que o real erário português cobrava dos exploradores das minas.

Quitanda – Denominação dada a certa categoria de comida preparada, em geral biscoitos, bolos, doces e pães.

Quitute – Petisco; iguaria saborosa; comida salgada.

Reisado - Dança popular que festeja o Dia dos Reis Magos (06 de janeiro).

Retreta - Apresentação de banda de música em praça pública.

Rococó - Estilo ornamental surgido na França (1710-1774); manifestou-se no Barroco mineiro de 1760 até fins do século XVIII, através de rebuscamentos e cores fortes.

Sacada - Espécie de balcão típico dos casarões de dois pavimentos das cidades coloniais, normalmente dando para a rua, em geral fechadas por portas e cercadas por parapeito de madeira e guarda-corpo de ferro.

Samba - Música de origem afro-brasileira (banto), geralmente acompanhada de dança com a mesma denominação. No idioma conguês significa umbigo.


Santo-de-roca - Imagem de santo, com o corpo feito com armação de madeira, tendo só as mãos, os pés e a cabeça esculpidos.

Senado da Câmara - Órgão político das vilas e cidades do Brasil colônia, substituído pela câmara municipal, através da lei de 01/10/1828. Acumulava os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Serenata - Tipo de música romântica que conjuga canto e conjunto instrumental, amplamente executada no Brasil, a partir do século XIX, geralmente à noite, em casas ou ao ar livre.

Serro - Serra; espinhaço.

Sesmaria - Porção de terra, em geral de grande extensão, concedida gratuitamente pelas coroas portuguesa e brasileira a particulares, para exploração e colonização; de sesmar, partilhar.

Setecentista - Pertencente ao século XVIII.

Suaçuí - Palavra de origem indígena, que significa "rio dos veados". Denominação de dois rios do nordeste mineiro (Suaçuí Grande e Pequeno), que dão nome a toda a região, desaguando depois no Rio Doce.

Tabatinga - Corruptela do tupi "toba-tinga", que quer dizer "barro branco"; atualmente costuma designar qualquer barro argiloso, não necessariamente branco; antigamente foi generalizado o seu emprego na pintura de chãos e paredes.

Taipa de sebe (ou parede de pau-a-pique) - Tipo de parede largamente utilizada nas casas e igrejas do Serro, no período colonial, e ainda nas construções atuais mais rústicas; técnica composta de paus finos e roliços, trançados perpendicularmente e enchidos e envoltos por barro.

Talha - Trabalho em madeira, presente na maioria dos templos barrocos, com reprodução dos mínimos detalhes de objetos, folhas, flores, anjos, às vezes cobertos por pinturas ou finíssimas folhas de ouro.

Tapuia - Denominação dada aos diversos grupos indígenas não tupis, na maioria de língua Gê, que habitavam principalmente o interior (Minas, São Paulo, Goiás e Bahia). Mais tarde foram chamados também de botocudos. Na língua tupi significa "escravo" ou "estrangeiro".

Terra batida - Piso natural de terra, obtido socando-se a terra de modo a proporcionar uma superfície mais consistente e uniforme, para o que se junta, às vezes, certa quantidade de argila e água.

Tijuco (ou Tejuco) - Palavra de origem indígena; brejo; lamaçal; pântano. Antigo nome do arraial que deu origem à atual cidade de Diamantina.

Treliça - Grade de madeira trançada, com a qual se permite a entrada de luz e ventilação, mas sem permitir que seja devassado o interior da habitação. São encontradas em algumas janelas e sacadas do Serro.

Tropa - Conjunto de burros usados para transporte de mercadorias.

Tropeiro - Homem que guia ou que possui tropas. Feijão cozido misturado com farinha de mandioca, linguiça e torresmo.

Tutu - Feijão cozido, liquefeito e engrossado com farinha de mandioca.

Urucum - Fruto do urucunzeiro; substância de cor avermelhada  que se extrai da polpa deste fruto, largamente utilizada na culinária; coloral.

Vasa canudos - Bairro do Serro. A denominação se origina da prática dos antigos habitantes rurais e das tropas, que utilizavam canudos de bambu para transportar água, vinho ou cachaça e, no chafariz desta região da cidade, esvaziavam e lavavam os recipientes, quando chegavam.

Vau - Região do Serro, próxima ao distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, na divisa com Diamantina. Parte rasa de um rio, que permite fácil travessia.

Vissungo - Tipo de música, em geral ligada a rituais sociais e de trabalho, que mistura dialetos bantos com o português arcaico, originalmente cantada por escravos de origem africana, na região das cidades de Serro e Diamantina. Há vários estudos a respeito e algumas pessoas ainda cantam estas músicas na região.


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