Serro


São roupas coarando na grama
Estendidas em varal de arame no ar
São velhas janelas em velhas varandas
Pintadas de verde pra sempre esperar
São moças donzelas na missa matinal
Coradas de rouge pra se enfeitar
São bancos de praça só pra namorar
Esquecidos no tempo que custa passar
São velhas retretas no velho coreto
São fotografias que vão amarelar
São noites de estrelas e luar
São belas lembranças que ouso sonhar
A cidade está lá fora
O vento sopra forte
Na janela do quarto
Pode vir chuva
Luz forte do sol
Eu só admiro
Seu relaxar
Não tem ruído
Só de o seu suspirar
Ofegante, febril
Dedos entrelaçados
ela jura, é não se vá
Já é noite, voou o tempo.

Rangel Castilho e Edmilson Naves de Oliveira
Fonte: DiretodoSerro, set/2016