O Serro tem sido uma comunidade
marcadamente cristã, desde a
chegada dos
primeiros luso-
-brasileiros. Suas igrejas guardam
a
história desta fé e muito da arte
produzida na
cidade, durante o
período colonial.
Visitações: ver horários ao final da página.
Situa-se no alto de uma
bela serra e é conhecida popularmente como “Capelinha do Mato Grosso”. “Em
posição de eminência, sobre escarpado morro de pedra, domina uma ampla
paisagem, deixando ver, desde longa distância em torno, a silhueta de suas duas
torres”. Aparenta antiguidade, sediando a famosa e concorrida festa anual do
Jubileu de N. Sra. das Dores, realizada sempre do 2.º ao 3.º domingos do mês de
julho. Os romeiros se deslocam então para o lugar e ocupam as dezenas de
casinhas construídas nas proximidades da capela, exclusivamente para os dias da
festa, ficando fechadas o restante do ano.
A edificação, do século XVIII, é estruturada em adobe e madeira, sendo
composta de nave, capela-mor e duas sacristias laterais. Nela foi batizada Chica da Silva, entre os anos de 1731 e 1734. Foi elevada a sede de
paróquia em 1857. A ausência de torres é compensada por curioso sistema de
sineira externa, anexa à fachada lateral. O interior, assim como as linhas
gerais do templo, conserva quase intactas as características da época da
construção. Possui um conjunto de três retábulos e talhas de boa qualidade.
Localização: Distrito de Milho Verde, a 24 Km da cidade.
Erigida no curso do
século XIX, é estruturada em barro e madeira, constituindo-se de um só
compartimento e de uma graciosa fachada, com uma torre única central.
Está inserida numa magnífica paisagem, atualmente divulgada pela grande mídia
como um dos símbolos de Minas. No topo de uma colina totalmente gramada, possui
ampla vista para o vale e as serras que cercam o Pico do Itambé. Nela é celebrada a Festa do Rosário (fim de setembro).
Localização: Distrito de Milho Verde, a 24 Km da cidade.
Em estilo barroco, a
Capela é composta por torre única central, nave, capela-mor e duas sacristias
laterais. Situa-se nas encostas de uma bela serra, que compõe um dos mais
agradáveis panoramas naturais do Serro. Nela ocorre a Festa do Rosário, em julho.
Localização: Distrito de Três Barras, a 14 Km da cidade, na estrada que liga o Serro ao Distrito de Milho Verde.
É o mais significativo
exemplar, entre as igrejas dos distritos do Serro. Foi elevada a sede de
paróquia pela Lei Provincial de 1408, de 07/12/1867. A construção é do último
quartel do século XVIII, sendo constituída de nave, capela-mor, sacristias
laterais e duas torres. No interior, um conjunto de três retábulos e altar-mor
com delicada policromia e motivos florais. A pintura do forro é datada de 1787
e mereceu especial atenção do especialista Carlos Del Negro, por situar-se
entre as fases do barroco e do rococó, o que equivale dizer, para a região,
entre os estilos de José Soares de Araújo (Arraial do Tijuco) e Silvestre de
Almeida Lopes (Vila do Príncipe). O trabalho apresenta a figura de S. Gonçalo,
ladeado por anjos, florões e representações dos evangelistas. Nela se celebra a Festa de São Gonçalo, no início de janeiro.
Localização: distrito de S. Gonçalo, a 30 Km da cidade.
As suas linhas
construtivas fazem supor tratar-se de edificação ainda do período colonial. A
capela está bem inserida no conjunto urbano, tendo à frente árvores e um
cruzeiro de madeira. É composta de nave, capela-mor, duas sacristias laterais e
uma única torre central. O interior apresenta três retábulos, com talhas e
motivos ornamentais. A presença dos Véus das Sibilas, durante a quaresma, dão um destaque especial à igreja. Este é um ritual cristão herdado da antiguidade grega e romana, onde as Sibilas eram sacerdotisas que atuavam no templo de Apolo. Os dois véus da igreja protegem as imagens há mais de 100 anos, uma tradição que, no Brasil, está presente apenas nesta igreja e em Diamantina. A igreja do Rosário se torna, assim, um lugar especial para conhecer a história do cristianismo.
Localização: Distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, a 30 Km da cidade.
- Capela de São Geraldo
A arte barroca é
introduzida no Brasil primeiramente no nordeste (Salvador, Recife, Olinda, João
Pessoa), pelos Jesuítas, em 1650. Em Minas, chegou pelas mãos dos bandeirantes,
que já traziam imagens, conduzidas em oratórios portáteis de madeira, improvisados
como altares, nas missas e orações. O esplendor do ouro e o difícil acesso
reduziram a importação de obras de arte e fomentaram o surgimento de um barroco
autônomo, mais tarde chamado de “barroco mineiro” (mais comum nas grandes áreas
de garimpo) e “barroco rural mineiro” (em regiões que misturam à cultura do
garimpo uma forte influência do ambiente agropecuário).
A arquitetura religiosa
do Serro, apesar de edificada durante os períodos da segunda e terceira fases
do barroco, filiam-se ao partido tradicional das igrejas mineiras do início do
século XVIII (primeira fase), mantendo-se fiel a estes padrões e a
peculiaridades regionais. A simplicidade externa contrasta com a ênfase
ornamental dos interiores, onde as talhas douradas e as pinturas “alcançam
níveis de altíssima qualidade, que as colocam em posição de destaque com
relação a produções similares do resto de Minas”, graças principalmente a um
artista excepcional, Silvestre de Almeida Lopes, introdutor do rococó na
região, identificado por Rodrigo Melo Franco de Andrade. Contrariamente à
arquitetura, a decoração interna revela-se contemporânea dos modelos artísticos
adotados em outras regiões da capitania, entre a segunda e a terceira fases do
barroco mineiro (rococó).
Para Antônio de Paiva
Moura, “o traço comum existente entre o conjunto arquitetônico do Serro e
Diamantina reside na preferência pela madeira. Ao contrário da região do
Quadrilátero Ferrífero, que preferiu a alvenaria, em Serro e em Diamantina os
exteriores das igrejas e edifícios são espetáculos cromáticos. Isto porque a
madeira exige aplicação de tintas”. Até mesmo as festas religiosas da região,
como as do Rosário e do Divino, acompanham este colorido, com guarda-roupas à
altura do conjunto arquitetônico. Um espetáculo de cores cintilantes.
Visitações: ver horários ao final da página.
- Igreja Matriz de
Nossa Senhora da Conceição
![]() |
Igreja Matriz de N. Sra. da Conceição (Planeta Serro, face, 2012) |
Tombada pelo IPHAN, é
uma das maiores igrejas barrocas do estado, possuindo as torres em madeira mais
altas do colonial mineiro. “Saint-Hilaire a descreveu como uma das mais belas e
grandes que ele vira em toda a Província de Minas”. Foi neste templo que o maestro Lobo
de Mesquita ensaiou seus primeiros acordes musicais. Tem três particularidades, que são uma constante no Vale do Jequitinhonha: os óculos de formatos caprichosos, as torres com estrutura de madeira, destacadas em relação ao corpo da igreja, e a insinuação de paredes curvas nos anexos laterais da nave. Estes anexos funcionavam como sacristias, salas de reunião ou depósitos. O altar-mor apresenta excelente talha rococó, de autoria do entalhador Bartolomeu Pereira Diniz. Na sacristia, um belo móvel de jacarandá, com enormes gavetas e armários laterais. A pintura do forro da nave, uma Nossa Senhora cercada de nuvens, anjos e ornatos, datada de 1828, é atribuída a Manuel Antônio Fonseca, pintor de destaque na região. Pendendo do teto da capela-mor, um grandioso lustre. A fachada, restaurada em meados do século XIX, com a construção de alicerces em pedra, tem medidas gigantescas. A igreja é cercada por uma interessante paisagem urbana, composta de escadarias, uma majestosa muralha de pedras, ladeiras laterais e gramados sobre belas ondulações do terreno. O prédio original da Matriz era mais simples, inicialmente com cobertura de palha, dedicada a Santo Antônio. Há notícias
de um prédio mais aprimorado, entre os anos de 1725 e 1737, no mesmo
local. A construção hoje existente, templo da arte e da fé, é fruto da
evolução deste edifício. Há notícias de ampliações em 1776, sendo terminada no tempo do Ouvidor Domingos Manuel Marques Soares. Continuou recebendo reformas durante o século XIX, sendo a mais importante datada de
1872 a 1877. O livro de despesas da
Irmandade do Santíssimo registra também os pagamentos feitos ao mestre torneiro
Joaquim Gonçalves de Aguiar, “por tornear as colunas para o retábulo”, aos
entalhadores Bento André Pires e Francisco Pereira Diniz (Chico entalhador) e
ao pintor e dourador Manuel Fernandes Leão. É sede da Irmandade do Santíssimo.
As irmandades que não tinham igrejas próprias, como a do Rosário, mantinham, nesta matriz, altares
dedicados aos seus santos protetores. Lá os fiéis serranos celebram anualmente, em dezembro, a festa da padroeira da cidade, N. Sra. da Conceição. Foi tombada pelo IPHAN em
22/07/1941.
Localização: Praça Presidente Vargas (antigo Largo do Pelourinho); visitações: (38) 3541-1221 / 3541-2754; veja no quadro de horários ao final da página.
- Igreja de Nossa
Senhora do Carmo
![]() |
Igreja do Carmo |
Templo construído pela
Irmandade do Carmo, cujo estatuto completou 250 anos em 2018. As obras foram
executadas de 1768 a 1781. Em 1780 se trabalhava na fachada, com a edificação
das torres, ajustada com o mestre José da Silva Ribeiro. No frontispício, uma
tarja esculpida em madeira policromada representa a figura de N. S. do Carmo
entregando os escapulários a S. Simão Stock. Os altares são de estilo rococó,
representativo dos fins do século XVIII. Destaque para a pintura do forro da
capela-mor (Virgem do Carmo e S. Simão Stock). Segundo especialistas, o autor, desconhecido, teria usado partido semelhante ao de Manuel da Costa Ataíde, pois guarda afinidades com
a pintura da matriz de Santo Antônio, em Santa Bárbara,
executada pelo mestre. Alguns a atribuem a Silvestre de Almeida Lopes. A porta
dianteira original da igreja teria sido vendida a um negociante de antiguidades, antes
de 1941, indo parar, segundo alguns, em um cabaré de Paris. O naturalista francês Saint-Hilaire, em visita ao templo em princípios
do séc. XIX, achou-o “lindo e bem arejado”, e com uma ornamentação superior à
de muitas igrejas da França. O terraço onde se assenta a igreja é sustentado
por enormes muros de pedras, hoje cobertos por uma linda vegetação, e o acesso
principal se dá pela escadaria fronteiriça, em forma de cálice. Foi tombada pelo
IPHAN em 24/11/1949. Juntamente com a Praça João Pinheiro (antigo Largo da
Cavalhada), a Igreja de Santa Rita, belas casas e jardins, forma o
conjunto arquitetônico mais expressivo da cidade.
Localização: Praça João Pinheiro; tel: (38) 3541-1272 / 3541-2754; visitações: veja no quadro de horários ao final da página.
Localização: Praça João Pinheiro; tel: (38) 3541-1272 / 3541-2754; visitações: veja no quadro de horários ao final da página.
- Igreja do Senhor Bom
Jesus de Matozinhos
![]() |
Igreja de Matozinhos |
Apesar da data no
medalhão da pintura do Forro (1797), já em 1760 há alusões à Igreja do
Matozinhos do Serro. É um dos mais belos templos da cidade, com fachada em
estilo de chalé, óculo envidraçado na parede frontal e quatro sacadas de
balaústre de madeira. No interior, a decoração é harmoniosa e
elegante, com talhas e pinturas bem ao estilo rococó da segunda fase do
barroco. As pinturas são atribuídas a Silvestre de Almeida Lopes, um dos mais
talentosos pintores brasileiros e o artista mais importante do Serro, na
segunda metade do século XVIII, tendo deixado belas obras também em Diamantina.
Destaque para o forro, pano de fundo do altar-mor e painéis laterais da
capela-mor que trazem os quatro evangelistas. A pintura do forro representa a cena de achamento da lendária
imagem do Bom Jesus, na praia de Matozinhos, em Portugal, mas é também um protesto político liberal. Afonso Arinos, em visita ao local com o primo Rodrigo de Melo Franco (primeiro presidente do IPHAN), chamou-a de "pintura-panfleto, na qual vemos duas figuras sans culottes da revolução francesa, despregando o Cristo da cruz, enquanto acovardados conformistas se escondem no mato". Uma das pinturas
murais - a Adoração dos Pastores - é baseada em estampa de um antigo missal da
Antuérpia, de 1744. O artista, entretanto, não se entregou apenas à
cópia, imprimindo um gosto pessoal e orientação
própria. Nesta Igreja funcionou a antiga Irmandade do Divino Espírito Santo e depois a Irmandade das Mercês e São Benedito.
Tombada pelo IPHAN, em 14/01/1944, é nela que se celebra anualmente a Festa do
Divino, manifestação religiosa tradicional da cidade.
Localização: Praça Cristiano Ottoni; tel: (38) 3541-1440 / 3541-2754; visitações: veja no quadro de horários ao final da página.
Localização: Praça Cristiano Ottoni; tel: (38) 3541-1440 / 3541-2754; visitações: veja no quadro de horários ao final da página.
- Igreja de Santa Rita
(Mirante da
cidade)
![]() |
Igreja de Santa Rita (Eliene Resende, face, 2015) |
É o maior símbolo do
Serro, localizado no alto da cidade, com fachada poligonal de interessante composição, uma única torre central e um grande relógio, tradicional referência das horas para os moradores. Uma das mais antigas igrejas da
localidade, construída no início do século XVIII, em 1745 já se
fazia referência a campanhas para sua ornamentação. O sino é datado de 1739. Internamente, tem interessantes recursos decorativos, como as falsas tribunas
da nave (fazendo supor um segundo andar), paredes revestidas de bela pintura de
marmorizados e motivos florais, além de talhas de boa qualidade. Destaca-se o altar de São Sebastião, confeccionado por ordem do alferes Ângelo Martins de Siqueira, pai da lendária Ana D'África. O acesso, para
quem vai do centro da cidade, se dá por uma bela e longa escadaria de pedras,
com 57 largos degraus (curiosamente conhecida como “escadinha”), que proporciona
uma das paisagens coloniais mais bonitas e originais de Minas Gerais. Do alto
da escadaria, ao redor da igreja, um lindo mirante com vista das montanhas, do Pico do Itambé e da
cidade, com suas ruas, casarões e outras igrejas. Ali se celebra, em janeiro, a festa de São Sebastião, o santo protetor do homem do campo. É tombada pelo município. Está também incluída no acervo
arquitetônico e paisagístico da cidade, tombado em conjunto pelo IPHAN.
Localização: Praça João Pinheiro; tel: (38) 3541-1221 / 3541-2754; visitações: veja no quadro de horários ao final da página.
Localização: Praça João Pinheiro; tel: (38) 3541-1221 / 3541-2754; visitações: veja no quadro de horários ao final da página.
- Igreja de Nossa
Senhora do Rosário
![]() |
Igreja do Rosário (Sidney Dutra, face) |
A construção é da
primeira metade do século XVIII, concluída em 1758, pela Irmandade do Rosário
da Vila do Príncipe, em atividade desde 1728. Está edificada na região onde,
nos primórdios da Vila do Príncipe, existiu uma Capela de N. Sra. da Abadia. No
exterior, possui telhadinho em chalé, óculo envidraçado, duas sacadas com
balaústre de madeira e uma porta larga, com belas almofadas e ornatos esculpidos. Tem
pinturas e douramentos de Anacleto Gomes Pereira e Liberato Fernandes Leão.
Anexo à igreja existe um cemitério destinado aos membros da Irmandade. A igreja
sedia a Festa do Rosário, a maior manifestação de fé e folclore da cidade,
promovida anualmente pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, no primeiro
fim-de-semana de julho. O seu antigo sino foi encontrado na Igreja
da Concórdia, em Belo Horizonte, onde permaneceu por mais de 50 anos, e foi festivamente reconduzido ao Serro. Em 2011, foi devolvido definitivamente ao
templo, com a construção de um campanário lateral. Não é amparada por medida direta
de tombamento, mas está compreendida no acervo arquitetônico e paisagístico da
cidade, tombado em conjunto.
Localização: Praça do Rosário; tel: ( 38 ) 3541-1221 / 3541-2754; visitações: veja no quadro de horários ao final da página.
Localização: Praça do Rosário; tel: ( 38 ) 3541-1221 / 3541-2754; visitações: veja no quadro de horários ao final da página.
- Capela de São Miguel
(Cemitério)
![]() |
Capela de São Miguel (Adenilde Carvalhaes, face, 2013) |
Trata-se de construção
em estilo neo-gótico, com uma só torre, edificada no início do século XX, para
suceder o velho hábito de sepultamentos no interior das igrejas. Merecem
destaque o altar esculpido em pedras, as longas muralhas que cercam o
cemitério, as carneiras e vários jazigos, que guardam os sagrados restos
mortais e uma grande parte da história do Serro. A construção se deu por
iniciativa do então Padre “Nondas” (Dom Epaminondas Nunes de Ávila e Silva, depois Bispo de
Taubaté/SP). Segundo a tradição oral, os muros foram erguidos em mutirão, com a
própria população levando as pedras em solene procissão até o local,
no ponto mais alto da cidade. Antigamente o lugar era chamado de “Morro da
Forca”, pois acredita-se que ali se executavam as sentenças de morte.
Localização: Alto do Cemitério. Visitações: (38) 3541-2754.
Localização: Alto do Cemitério. Visitações: (38) 3541-2754.
- Capela de Santa
Tereza
(Antiga Casa de
Fundição)
![]() |
Capela de Santa Tereza (PMS, 2014) |
A capela de Santa
Tereza (fins do séc. XIX) compõe um conjunto, ao lado da Santa Casa, onde
no passado funcionou a sede do Senado da Câmara (até 1751), a Real Casa da Fundição (até 1832) e a residência dos Ouvidores. Ali era fundido
todo o ouro da região norte-nordeste de Minas, durante o Brasil colônia, e
separada a parte dos impostos (um quinto) da coroa portuguesa. A construção da
Capela, cuja torre é esculpida em um maciço único de pedra sabão, foi
coordenada pelo Monsenhor João Moreira. Juntamente com a Capela de São Miguel
tratam-se dos únicos exemplares de templos em estilo neo-gótico da cidade. São
contemporâneas da atual Igreja do Caraça, também construída no mesmo estilo, e
foram edificadas no apagar das luzes do século XIX, pelo mesmo construtor
português, Luiz Antônio de Figueiredo. As duas capelas contrastam com o estilo
colonial serrano e, justamente por este motivo, destacam-se em relação ao conjunto da
cidade.
Localização: Largo da Santa Casa. Visitações: ver no hospital ou (38) 3541-2754.
Localização: Largo da Santa Casa. Visitações: ver no hospital ou (38) 3541-2754.
- Capelinha de Santo
Antônio do Pasto do Padilha
(Capela do Menino
Antônio)
![]() |
Capelinha de Santo Antônio (Tiago Geisler, face, 2014) |
Construída em estilo
colonial, a capelinha possui uma torre, duas sacadas, quatro janelas laterais,
altar rústico e simples. O local, na periferia da cidade, é bucólico, bonito e
lendário. A origem do templo e a denominação popular “Capela do Menino Antônio”
são devidas ao assassinato de um rapazinho de nome Antônio, por engano, neste
local. Foi inaugurada em 03/05/1883. O sino foi doado por José Maria Batista e
batizado com o nome de “Barnabé”. Lá são comumente celebrados os festejos de
Santo Antônio, durante o mês de junho.
Localização: No Pasto do Padilha, na saída do Serro, em direção à cidade de Guanhães (BR-259). Visitações: (38) 3541-2754
Localização: No Pasto do Padilha, na saída do Serro, em direção à cidade de Guanhães (BR-259). Visitações: (38) 3541-2754
IGREJAS DOS DISTRITOS E POVOADOS
- Capela de N. S. das
Dores
(Mato Grosso)
![]() |
Capelinha de N. Sra. das Dores (Henri Yu, face, 2013) |
Adriano Reis Ramos nos
brinda com esta bela passagem, quando escreve sobre os pequenos grandes
Santuários de Minas, entre os quais destaca o de Mato Grosso: “Situado à beira
de um penhasco, esse conjunto sacro, composto de uma igreja e várias casas de
romeiros... onde, há mais de um século, já se encontrava instalado um cruzeiro
para as romarias... se trata de manifestação oriunda do período barroco,
resgatada e mantida pela religiosidade da população que habita o pequeno
distrito ao pé da serra”.
“Todos esses conjuntos,
objetos de peregrinações, romarias e jubileus, têm por peculiaridade a
transmissão, a quem os utiliza, do sentimento de reflexão, do alcance da paz interna,
da sintonia com o universo e outros desejos espirituais. Mas o que nos chama a
atenção, no momento, é a persistência dessas populações, no que concerne à
manutenção desses sítios”.
Sem maiores critérios
estilísticos, mas impregnados de amor no ato de preservar o que é objeto de sua
fé, essas comunidades resgatam seus templos, em toda sua plenitude e
esplendor”.
Localização: Distrito de Deputado Augusto Clementino (Mato Grosso), a 17 Km da cidade, pela estrada Serro/Conceição do Mato Dentro (MG-10).
Localização: Distrito de Deputado Augusto Clementino (Mato Grosso), a 17 Km da cidade, pela estrada Serro/Conceição do Mato Dentro (MG-10).
- Capela de São
Sebastião
(Mato Grosso)
A capela compõe, junto com as casas do local, um belo conjunto, típico dos pequenos distritos mineiros, mesmo com as pinturas barrocas tendo se descaracterizado ao longo do tempo. Com uma
única torre central, lá são realizadas as festas do Padroeiro, em janeiro, e a de N. S.
do Rosário, em setembro.
![]() |
Capela de São Sebastião |
Localização: Distrito de Deputado Augusto Clementino
(Mato Grosso), a 15 Km da cidade, pela estrada Serro - Serra do Cipó (MG-10).
- Igreja de N.
Sra. dos Prazeres
(Milho Verde)
![]() |
Igreja de N. Sra. dos Prazeres |
Localização: Distrito de Milho Verde, a 24 Km da cidade.
- Capela de N. S. do
Rosário
(Milho Verde)
![]() |
Capela de N. Sra. do Rosário (Instituto Milho Verde) |
Localização: Distrito de Milho Verde, a 24 Km da cidade.
- Capela de São Geraldo
(Três Barras da Estrada
Real)
![]() |
Capela de São Geraldo (Alan Alencar, face, 2014) |
Localização: Distrito de Três Barras, a 14 Km da cidade, na estrada que liga o Serro ao Distrito de Milho Verde.
- Igreja Matriz de São
Gonçalo
(São Gonçado do Rio das
Pedras)
![]() |
Igreja de São Gonçalo (Cleide Greco, face, Serro/MG, 2014) |
Localização: distrito de S. Gonçalo, a 30 Km da cidade.
- Capela de N. S. do
Rosário
(São Gonçalo do Rio das
Pedras)
![]() |
Capela de N. Sra. do Rosário (Soraya Lessa, face, 1998) |
Localização: Distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, a 30 Km da cidade.
- Capela de São Geraldo
(Capivari)
![]() |
Capela de São Geraldo (Eduarda Dias Gontijo, face, 2013) |
Localizada em uma bela
colina frontal ao povoado, a edificação é estruturada em adobe e madeira, sendo
composta de um só compartimento e de uma graciosa fachada com três sacadas. Sem
a presença de torres, a capela possui uma interessante sineira externa, anexa à
fachada lateral, semelhante à da igreja dos Prazeres, de Milho
Verde. Lá é realizada anualmente a festa de São Geraldo. Localização: Povoado de
Capivari, a 27 Km da cidade.
- BARROCO E ARQUITETURA
(em Minas e no Serro)
“A arte e a ciência não
pertencem
à pátria, pois o sublime é
universal
e acessível a todos os contemporâneos,
para
que o aprimorem à luz das
experiências do
passado”.
(Goethe)
Minas Gerais, um estado
de tradições seculares, tem no barroco a expressão maior de sua arte. Mas, até
chegar a Minas e aqui assumir uma personalidade e um caráter únicos, o barroco
andou um longo caminho.
A origem da palavra
“barroco” tem versões diferentes. Uma das histórias a liga a uma pérola de
contorno irregular. “No tempo das navegações, os portugueses descobriram na
Índia um tipo especial de pérola que, ao invés dos perfeitos contornos
esféricos, apresentava uma superfície cheia de irregularidades. Como era
encontrada principalmente na cidade de Broakti - que os lusitanos pronunciavam
Baroquia - surgiu, então, o adjetivo “barroco”, que passou a incorporar o
idioma de Camões, qualificando tudo o que era extravagante e fora dos padrões vigentes.
Da mesma forma foi designada a arte nascente que, chegando aos rincões da
colônia pelas mãos dos jesuítas, floresceu com vigor admirável sob impulso da
contra-reforma católica e do fervor religioso”.
![]() |
Escultura em relevo, na igreja do Carmo (Foto: Marcel Gautherot, 1943, IPHAN) |
A Coroa proíbe a
fixação de ordens religiosas em Minas. As irmandades terceiras, de leigos,
ficam então encarregadas de sustentar o rito católico e de construir os
templos, desobrigando o erário régio desse ônus. As irmandades primeiras, de
padres e freiras, e as de ordem segunda, só de freiras, ficam excluídas. A
“saudável disputa” entre as diversas irmandades acaba gerando esta infinidade de
templos religiosos, cada um mais luxuoso e artisticamente decorado. No Serro,
não foi diferente. Na mesma praça João Pinheiro, pode-se ver de um lado a
igreja do Carmo e do outro a igreja de Santa Rita. Na parte baixa da cidade, de
frente para a igreja Matriz, apenas a alguns metros, fica a bela igreja do
Matozinhos e, logo ao lado, a capela neo-gótica de Santa Tereza.
O barroco mineiro
costuma ser dividido em três fases, pelos estudiosos.
A primeira fase (ou
estilo nacional português, aprox. 1700 a 1730), se caracteriza ainda pela
influência da metrópole, as igrejas não apresentam ornamentação externa e
contrastam com a riqueza do interior. As torres são normalmente cobertas de
telhas.
A segunda fase (ou
estilo D. João V, aprox. 1730 a 1760), tem o predomínio de ornamentos
escultórios e enfeites ricos, em razão do apogeu da mineração. O material
empregado passa da madeira e taipa para a alvenaria de pedra. Muitas das
igrejas históricas mineiras são desta fase, com o exterior ganhando elementos
ornamentais, principalmente em cantaria.
A terceira fase (ou
estilo rococó, aprox. 1760 até fins do séc. XVIII), é o explendor dos enfeites
e detalhes, desde a arquitetura externa, as paredes curvas, as portadas, a
pedra sabão em várias tonalidades e os interiores ricamente trabalhados.
![]() |
Pintura de Silvestre de Almeida Lopes, no forro da igreja de Matozinhos (1797) |
Em geral, as
construções foram obra de mais de uma geração, cada uma deixando para a outra a
tarefa de ir embelezando e enriquecendo o acabamento interior, de acordo com os
recursos das Irmandades. As gigantescas dimensões e o altar-mor da igreja
Matriz, o formato singular da Santa Rita, as pinturas e talhas do Matozinhos e
do Carmo, a força espiritual do Rosário e o variado acervo de igrejas nos
distritos transformam o Serro num dos principais guardiões do patrimônio
barroco de Minas.
![]() |
Anjos barrocos, na igreja Matriz de N. Sra. da Conceição (Cláudio Ferreira, face, 2015) |
O afluxo e a emergência
de artistas, arquitetos, mestres-de-obra, pedreiros, fundidores de sinos e
outros profissionais nos garimpos do Serro Frio possibilitaram o aparecimento
deste rico conjunto, com realce para a arquitetura religiosa, mas não menos
valioso repositório arquitetônico público e civil.
- Fonte: "GUIA DO
SERRO"
• Se você quer ter mais informações sobre o Serro, pode adquirir o livro digital "GUIA DO SERRO". Peça aqui e receba pelo e-mail.
• VEJA MUITO MAIS COISAS SOBRE O SERRO NA PÁGINA INICIAL DESTE SITE: GUIA DO SERRO
• VEJA MUITO MAIS COISAS SOBRE O SERRO NA PÁGINA INICIAL DESTE SITE: GUIA DO SERRO
A NATUREZA, A
ARQUITETURA E OS BENS CULTURAIS DO SERRO TAMBÉM SÃO SEUS. CURTA E AJUDE A CUIDAR DELES.