O Guia do Serro publica aqui um valioso achado. Trata-se de uma barra de ouro, cunhada na Real Casa de Fundição de Ouro do Serro, em 1809.
A foto traz uma interessante e didática explicação dos diversos carimbos que a barra recebia naquele período, quando ainda éramos colônia de Portugal. O destaque fica por conta do escudo da Casa de Fundição do Serro Frio.
O lingote de ouro é de 23 quilates, tem o número 86 e o peso é de 3 onças, 6 oitavas e 46 grãos (medidas usadas na época).
A partir de nova pesquisa, descobrimos que o Ensaiador (técnico em fundição do ouro), que tem as iniciais AAB gravadas na barra, é nada menos que Antônio de Ávila Bittencourt. Este serrano, que atuou por mais de 20 anos no cargo, já era conhecido por ter construído, junto com o irmão José de Ávila Bitencourt, o antigo passadiço que ligava a Casa de Fundição (hoje Santa Casa) à Rua da Cadeia. Foi também eleito Deputado nas duas primeiras eleições brasileiras (1821 e 1822) para as Juntas Eleitorais de Minas Gerais, reunidas em Vila Rica
A pesquisa revelou também que, apesar de muito raras, atualmente ainda existem 21 barras de ouro do Serro Frio, do período de 1809 a 1832, já catalogadas por colecionadores, espalhadas por vários lugares do planeta. No Brasil, 3 exemplares se encontram na sede do Banco Central, em Brasília. Curiosamente, a Casa de Fundição do Serro foi a última a ser fechada no país, no ano de 1832.
As leis impostas pela coroa portuguesa, nesta época, exigiam que todo o ouro encontrado na área da Comarca do Serro Frio fosse levado até esta Casa de Fundição, localizada na Vila do Príncipe (hoje Serro, MG). Lá, o metal era fundido e retirado o "quinto" (20%), que era enviado para Portugal. O restante era transformado em barra e devolvido ao garimpeiro. Só assim o ouro poderia então circular e ser comercializado. A Casa de Fundição funcionava onde hoje está a capela da Santa Casa.
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